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Câncer de colo uterino

Resumo do objetivos da tutoria abordando CA de colo uterino
Disciplina

Saúde da Mulher e Sexualidade (ASE21 )

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Ano académico: 2017/2018
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Câncer de Colo Uterino (CCU) 1. Colo uterino: localizado na porção inferior do útero, sendo composto de uma parte interna (canal cervical ou endocérvice, revestida por epitélio colunar simples mucíparo) e uma externa (e ctocérvice, revestida por epitélio escamoso estratificado não-ceratinizado). Orifício Externo 2. Epidemiologia: terceiro tipo de CA mais comum nas mulheres (530 mil casos novos/ano) e terceira causa de morte por CA em mulheres (274 mil/ano). No Brasil, mortalidade é de 4,8/100 mil mulheres. Região Norte é a que apresenta maior mortalidade, sendo 10,1 mortes/100 mil mulheres (em outras regiões do país, essa taxa não chega a 6). 3. Fatores de risco: múltiplos parceiros sexuais; parceiro do sexo masculino com múltiplas parceiras sexuais prévias ou atuais; idade precoce na primeira relação sexual; alta paridade; infecção persistente por um HPV de alto risco oncogênico (16 e 18); imunossupressão; certos subtipos de HLA; uso de contraceptivos orais; uso de nicotina.  Infecção pelo HPV é um fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. A união entre essas duas estruturas de tecidos diferentes recebe o nome de junção escamo-celular (JEC). JEC normal está no nível do orifício externo; quando está para dentro é entropia, enquanto para fora é ectopia. Na infância e no período pós-menopausa, JEC cosutma estar dentro do canal cervical. Na menacme, costuma haver ectopia. 4. Fisiopatologia:  HPV tem papel importante porque os tipos de alto risco expressam as proteínas E6 (capaz de se ligar e inativar p53) e E7 (idem para pRb).  HPVs infectam as células basais imaturas do epitélio escamoso em áreas de ruptura epitelial ou células escamosas metaplásicas imaturas presentes na junção escamocolunar (zona de transformação é principal área de surgimento das lesões).  A partir do surgimento de alterações celulares (“atipia coilocítica”, que é atipia nuclear e um halo citoplasmático perinuclear, pode ser visualizada), temos o surgimento das lesões pré-cancerosas (que possui diversas terminologias). Classificação histológicas de Richart NIC I NIC II NIC III A zona de transformação é a a área do epitélio da endocérvice que fica exposta ao ambiente vaginal e sofre metaplasia (se tornam escamosas). Quando ocorre obstrução dos ductos excretores das glândulas endocervicais subjacentes, há o surgimento dos Cistos de Naboth. Carcinoma Invasor Classificação Citológica Brasileira Alterações benignas Atipias de significado indeterminado LSIL HSIL HSIL AIS Carcinoma Invasor  LSILs (lesões intraepiteliais de baixo grau) estão associadas à infecção produtiva por HPV, mas não existem rupturas ou alterações signifi cativas do ciclo da célula hospedeira. A maioria regride espontaneamente. Não progride diretamente para carcinoma invasivo.  HSILs (lesões intraepiteliais de alto grau) cursam com uma desregulação progressiva do ciclo celular pelo HPV, resultando em aumento da produção celular, diminuição ou parada da maturação epitelial e uma menor taxa de replicação viral.  Cerca de 60% da LSILs regridem, enquanto 30% persistem e 10% evoluem para HSILs. Já sobre as HSILs, 30% regridem, 60% persistem e 10% evoluem para carcinoma (essa progressão pode durar de meses a mais de uma década, sendo mais comumente em 2-10 anos).  A seguir, pode haver a evolução para CCU, que dependerá do tipo de HPV e dos fatores imunológicos e ambientais do hospedeiro. AW: imaturidade celular Lavinia Dias Tavares 1 Câncer de Colo Uterino (CCU)  Os tipos histológicos são: carcinoma epidermoide/escamoso (75-90%); adenocarcinoma (1525%); adenoescamoso (5%); carcinoma de células claras, carcinoma neuroendócrino, sarcomas, linfomas, melanomas e tumores metastáticos (mais raros).  Carcinoma epidermoide: é derivado de células escamosas. É composto pelos subtipos carcinoma de grandes células não queratinizado (mais comum), de grandes células queratinizado e de pequenas células não queratinizado.  Adenocarcinoma: surge nas células colunares endocervicais.  Adenoescamoso: possui pior prognóstico.  As características clínicas e os fatores de risco são os mesmos para cada tipo de tumor, com exceção dos adenocarcinomas e carcinomas adenoescamosos e neuroendócrinos que tipicamente se apresentam com doença em estágio avançado (porque PCCU é menos eficaz nesses tipos).  Ainda, pode haver progressão para o carcinoma invasor (podendo pegar tecido paracervical, vagina, endométrio, bexiga, paredes pélvicas e reto). resultados consecutivos de LSIL; ASC-H; AGC; imunossuprimidas com LSIL). É um método importante por possibilitar a visualização de imagens sugetivas de invasão tumoral (vasos atípicos, necrose, erosões, aspecto vegetante e circunvoluções na lesão). 5. Achados clínicos:  Infecção por HPV: pode ser assintomática ou cursar com lesões condilomatosas. Localizações mais frequentes são a vulva, o períneo, a região perianal, a vagina e o colo do útero. Dependendo do tamanho e localização anatômica, as lesões podem ser dolorosas, friáveis e/ou pruriginosas.  Fase incial/lesões precursoras: assintomática (ou pouco sintomática).  Posteriormente, a manifestação clínica vai depender dos sítios de acometimento da doença. Pode haver queixa de secreção vaginal amarelada fétida e até sanguinolenta, ciclos menstruais irregulares, spotting intermenstrual, sangramento pós-coital e dor no baixo ventre.  Nos estádios mais avançados: dor no baixo ventro (mais intensa); anemia (perda sanguínea); dor lombar; hematúria; alterações miccionais; alterações do hábito intestinal. 6. Diagnóstico:  Tríade: citologia, colposcopia e histologia.  Citologia: devemos ter mais cuidado ao se deparar com um falso-negativo (baixa sensibilidade), enquanto o resultado positivo deve ser bem valorizado (alta especificidade). Método de coleta é através do exame de colpocitologia oncótica (PCCU), sendo o primeiro a ser realizado.  Colposcopia: indicada quando houver achados sugestivos no PCCU (HSIL; 2 resultados consecutivos de ACS-US; 2  Histologia: exame padrão-ouro. Mesma sensibilidade e especificidade da citologia (valorizar positivos e não excluir hipótese quando resultado for negativo). A conização (procedimento cirúrgico no qual um pedaço em formato de cone é retirado do órgão para a realização de uma biópsia, que pode ser feita com bisturi ou CAF) é indicada quando a invasão não pode ser descartada por colposcopia e biópsia dirigida da lesão, quando a colposcopia é insatisfatória e os resultados do citopatológico (CP) mostram lesão intraepitelial de alto grau, ou em casos de não concordância entre os métodos diagnósticos, na suspeita de invasão.  Exame especular: podemos visualizar, de antemão, tumoração, ulceração e necrose no colo do útero.  Toque vaginal: pode mostrar alterações na forma, tamanho, consistência e mobilidade do colo do útero e estruturas subjacentes (aspecto irregular, tumoral e vegetante).  Toque retal: serve para o estadiamento clínico (verificar invasão dos paramétrios. Lavinia Dias Tavares 2 Câncer de Colo Uterino (CCU)  Combinação de radioterapia de feixe externo (teleterapia) e braquiterapia intracavitária parece ser o tratamento mais adequado.  RQ (com cisplatina) é indicado para tratamento de tumores estádios II, III e IV.  RQ (com cisplatina): indicado como droga radiossenbilizante nos tumores IB2, IIA, IIB, IIIA e IVA.  Por estádios: CA in situ Estádio IA1 Estádio IA2 Estádio IB1 Estádio IB2, IIA1, IIA2 Estádio IIB, III, IVA Estádio IVB Conização Sem invasão do espaço vascular linfático: Desejo de engavidar : Histerectomia simples Desejo de engravidar : conização a frio Com invasão do espaço vascular linfático: Desejo de engavidar : Histerectomia tipo II c/ dissecção de lifonodos pélvicos Desejo de engravidar : Traquelectomia radical c/ dissecção de lifonodos pélvicos Desejo de engavidar : Histerectomia tipo II c/ dissecção de lifonodos pélvicos Desejo de engravidar : Traquelectomia radical + linfanedectomia pélvica > 5 mm de invasão e < 2 cm: Desejo de engavidar : Histerectomia tipo III c/ dissecção de lifonodos pélvicos Desejo de engravidar : Traquelectomia radical + linfanedectomia pélvica > 5 mm de invasão e < 2 cm: Histerectomia radical (tipo III) + linfanedectomia pélvica Histerectomia radical (tipo III) + linfanedectomia pélvica e aórtica lateral ou RQ RQ preservativo faz proteção parcial (mas mesmo assim, seu uso é indispensável).  A secundária consiste na detecção precoce, envolvendo o rastreamento. 10. Rastreamento:  Feito com PCCU (ainda há falha na cobertura). População-alvo: mulheres com mais de 25 anos e vida sexual ativa. Inícios aos 25 anos c/ intervalos anuais 2 exames consecutivos  Exames a cada 3 anos Suspender rastreamento aos 64 anos 2 exames consecutivos  em 5A  Situações especiais:  Histerectomia: se não foi por câncer, pode excluir do rastreio (se exames anteriores normais); se foi por câncer/lesão precursora, faz seguimento próprio da lesão tratada.  Imunossuprimidas: 1º ano de rastreio faz de 6 em 6 meses; depois, faz anualmente. Se CD4+ < 200 mm³, faz-se de 6 em 6 meses (até subir CD4+).  Pós-menopáusicas: mesmas orientações; se houver achados prévios de atrofia com inflamação, pode-se aplicar estrogênio tópico. Tto. paliativo + RQ*  Tratamento da doença recorrente: quase sempre incurável. Na presença recorrência pélvica após histerectomia radical pode-se fazer RQ (se não receberam radioterapia anteriormente); recorrências pélvicas centrais após radioterapia ou RQ podem ser tratadas com cirurgia curativa de exenteração pélvica na ausência de metástases a distância ou doença fixa em paredes pélvicas.  Observação: o principal fator de risco (prognóstico) pós-operatório é o envolvimento dos linfonodos pélvicos e/ou para-aórticos. 9. Seguimento:  Objetiva detecta qr o mais precocemente possível a recorrência (maioria ocorre em até 2a) e monitorar a toxicidade relacionada ao tratamento.  Exame físico deverá incluir avaliação dos linfonodos supraclaviculares, palpação abdominal, exame especular do fundo-de-saco vaginal e paredes vaginais, coleta de citopatológico e toque retovaginal.  Avaliação deve ser feita em:  3 em 3 meses: 1º ano  4 em 4 meses: 2º ano  6 em 6 meses: 3º ao 5º ano  Anualmente: 6º ano em diante  Paciente apresentando dor, sangramento vaginal e alterações do trato geniturinário e gastrintestinal merece investigação.  A primária consiste na prevenção da infecção por HPV, sendo a vacinação o metódo mais eficaz, pois imuniza população contra principal causa do CCU, enquanto uso de Lavinia Dias Tavares 4

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Disciplina: Saúde da Mulher e Sexualidade (ASE21 )

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Câncer de Colo Uterino (CCU)
Lavinia Dias Tavares
1
1. Colo uterino: localizado na porção inferior do útero, sendo
composto de uma parte interna (canal cervical ou endocérvice,
revestida por epitélio colunar simples mucíparo) e uma
externa (e ctocérvice, revestida por epitélio escamoso
estratificado não-ceratinizado).
A união entre essas duas estruturas de tecidos diferentes
recebe o nome de junção escamo-celular (JEC).
JEC normal está no nível do orifício externo; quando está para
dentro é entropia, enquanto para fora é ectopia.
Na infância e no período s-menopausa, JEC cosutma estar
dentro do canal cervical. Na menacme, costuma haver ectopia.
A zona de transformação é a a área do epitélio da
endocérvice que fica exposta ao ambiente vaginal e sofre
metaplasia (se tornam escamosas). Quando ocorre obstrução
dos ductos excretores das glândulas endocervicais
subjacentes, há o surgimento dos Cistos de Naboth.
2. Epidemiologia: terceiro tipo de CA mais comum nas
mulheres (530 mil casos novos/ano) e terceira causa de morte
por CA em mulheres (274 mil/ano). No Brasil, mortalidade é
de 4,8/100 mil mulheres. Região Norte é a que apresenta maior
mortalidade, sendo 10,1 mortes/100 mil mulheres (em outras
regiões do país, essa taxa não chega a 6).
3. Fatores de risco: múltiplos parceiros sexuais; parceiro do
sexo masculino com múltiplas parceiras sexuais prévias ou
atuais; idade precoce na primeira relação sexual; alta paridade;
infecção persistente por um HPV de alto risco oncogênico (16
e 18); imunossupressão; certos subtipos de HLA; uso de
contraceptivos orais; uso de nicotina.
Infecção pelo HPV é um fator necessário, mas não
suficiente para o desenvolvimento do câncer do colo do útero.
4. Fisiopatologia:
HPV tem papel importante porque os tipos de alto risco
expressam as proteínas E6 (capaz de se ligar e inativar p53) e
E7 (idem para pRb).
HPVs infectam as células basais imaturas do epitélio
escamoso em áreas de ruptura epitelial ou lulas escamosas
metaplásicas imaturas presentes na junção escamocolunar
(zona de transformação é principal área de surgimento das
lesões).
A partir do surgimento de alterações celulares (“atipia
coilocítica”, que é atipia nuclear e um halo citoplasmático
perinuclear, pode ser visualizada), temos o surgimento das
lesões pré-cancerosas (que possui diversas terminologias).
Classificação histológicas de
Richart
Classificação Citológica
Brasileira
-
Alterações benignas
-
Atipias de significado
indeterminado
NIC I
LSIL
NIC II
HSIL
NIC III
HSIL
AIS
Carcinoma Invasor
Carcinoma Invasor
LSILs (lesões intraepiteliais de baixo grau) estão associadas
à infecção produtiva por HPV, mas não existem rupturas ou
alterações signifi cativas do ciclo da célula hospedeira. A
maioria regride espontaneamente. Não progride diretamente
para carcinoma invasivo.
HSILs (lesões intraepiteliais de alto grau) cursam com uma
desregulação progressiva do ciclo celular pelo HPV,
resultando em aumento da produção celular, diminuição ou
parada da maturação epitelial e uma menor taxa de replicação
viral.
Cerca de 60% da LSILs regridem, enquanto 30% persistem
e 10% evoluem para HSILs. sobre as HSILs, 30%
regridem, 60% persistem e 10% evoluem para carcinoma
(essa progressão pode durar de meses a mais de uma década,
sendo mais comumente em 2-10 anos).
A seguir, pode haver a evolução para CCU, que dependerá
do tipo de HPV e dos fatores imunológicos e ambientais do
hospedeiro.
Orifício Externo
AW: imaturidade celular

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