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1. Bracht, Valter Editora. A Educação Física Escolar no Brasil - o que ela vem sendo e o que pode ser Elementos de uma Teoria Pedagógica Para a Educação física. Editora Unijuí, 2019

Educação ficisa escolar Bracht
Disciplina

Educação de Jovens e Adultos

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Ano académico: 2020/2021
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Universidade Estadual do Norte do Paraná

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A EDUCA«√O FÕSICA

ESCOLAR NO BRASIL

 2019, Editora Unijuí Rua do Comércio, 3000 98700-000 – Ijuí – RS – Brasil Fones: (0__55) 3332- E-mail: editora@unijui.edu Http:editoraunijui.com Editor: Fernando Jaime González Capa: Alexandre Sadi Dallepiane Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa: Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil)

Catalogação na Publicação: Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí

B796e Bracht, Valter. A educação física escolar no Brasil: o que ela vem sendo e o que pode ser (elementos de uma teoria pedagógica para a educação física) / Valter Bracht. – Ijuí: Ed. Unijuí, 2019. – 256 p. - (Coleção educação física). Formato impresso e digital. ISBN 978-85-419-0290-8 (impresso) ISBN 978-85-419-0289-2 (digital)

  1. Educação física. 2. Escola. 3. Educação. 4. Educação física escolar. 5. Esporte. 6áticas pedagógicas. I. Título. II. Série. CDU: 796:371(81) Bibliotecária Responsável Eunice Passos Flores Schwaste CRB 10/

A coleção Educação Física é um projeto editorial da Editora Unijuí,

vinculado a um conselho editorial interinstitucional, que visa dar publicida-

de a pesquisas que buscam um constante aprofundamento da compreensão

teórica desta área que vem constituindo sua reflexão conceitual, bem como os trabalhos que garantam uma maior aproximação entre a pesquisa aca-

dêmica e os profissionais que encontram-se nos espaços de intervenção.

Promover este movimento é sem dúvida o maior desafio desta coleção.

Conselho Editorial

Carmen Lucia Soares – Unicamp Mauro Betti – Unesp/Bauru Tarcisio Mauro Vago – UFMG Amauri Bassoli de Oliveira – UEM Giovani De Lorenzi Pires – UFSC Valter Bracht – Ufes Nelson Carvalho Marcellino – Unicamp Paulo Evaldo Fensterseifer – Unijuí Vicente Molina Neto – UFRGS Elenor Kunz – UFSC Victor Andrade de Melo – UFRJ Silvana Vilodre Goellner – UFRGS

Comitê de Redação

Paulo Evaldo Fensterseifer Fernando González Maria Simone Vione Schwengber Leopoldo Schonardie Filho

Dedicatória

Para a Fee, simplesmente...

Fernando Mascarenhas, Vicente Molina Neto (amigos e ex-presidentes do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, instituição tão importante na minha trajetória acadêmica e política).

  • Permitam-me um agradecimento especial a Ueberson Ribeiro Almeida, Felipe Quintão de Almeida, José Christofari Frade, Fernando González, Paulo Fensterseifer e Ivan Marcelo Gomes. Para além da intensa interlocu- ção acadêmica dos últimos anos, construímos uma amizade que foi e tem sido fundamental para lidar com “infelidades do meio” de todas as ordens. Sintam-se fraternamente abraçados.

  • Não menos especial é meu agradecimento às minhas lhas Carolina e Kalinda e ao meu lho Loic. O seu carinho tem tornado tudo muito mais fácil. Beijos do pai.

Sumário

PREFÁCIO ..............................................................................................

INTRODUÇÃO......................................................................................

CAPÍTULO 1

Os Elementos Constitutivos de uma Teoria da Educação Física e o Universo Simbólico de Legitimação .......................

Introdução ........................................................................................... 1 Legitimação e construção de universos simbólicos .......................... 1 A Educação Física e a Modernidade ............................................... 1.2 A Educação Física na “modernidade sólida” ........................... 1.2 A Educação Física e a modernidade líquida............................

CAPÍTULO 2

A Educação Física e a Referência do Trabalho/Lazer: da ética do trabalho à estética do consumo ................................................

Introdução ........................................................................................... 2 O Trabalho como Referência para a Educação Física da População ........................................................ 2 Do Trabalho para o Lazer: do produtor ao consumidor? ................. 2.2 Um Conceito de Cultura para um Entendimento de Lazer e da sua Relação com a Educação........................................... 2.2 O Lúdico na Cultura como Lazer (do preconceito para com o lúdico ao preconceito com a razão?)..................... 2.2 Educação (Física) para o Lazer ............................................... Resumo................................................................................................

CAPÍTULO 5

Educação Física, Corpo e Movimento .....................................................

Introdução ......................................................................................... 5 O Corpo: conjunto de músculos e funções ................................... 5 O Corpo Anatomosiológico e o Discurso da Formação Integral (bio-psicossocial) .......................................................................... 5 A Denúncia dos Anos 80: “Educação Física ou repressão física?” .. 5 Corpo, Movimento e Conhecimento: pode o corpo “conhecer”? .. 5.4 Sobre o Conceito de Corpo e sua Relação com o Pensamento e a Experiência ...................................... 5.4 Corpo, Experiência e Linguagem ......................................... Excurso sobre “Cantos da Experiência” de M. Jay (2009) ............. 5.4 A Teoria Estética de Adorno ................................................ 5.4 Natureza como Gegenstand (objeto) ou como Gegenspieler (adversário de jogo), ou como Mitspieler (companheiro de jogo) ........................................ 5.4 A Experiência Estética na Hermenêutica de Gadamer .......... 5.4 A Experiência Estética, o Movimento Humano e a Intervenção Pedagógica .................................................. 5.4 – Educação Física para Qual Corpo? (corpo-informação; homem pós-orgânico; adeus ao corpo?) ............................ Resumo..............................................................................................

CAPÍTULO 6

O que a Educação Física “Pode Ser” ou “o Que Queremos que Ela Seja” .........................................................

Introdução ......................................................................................... 6 As Propostas Pedagógicas para a Educação Física Pós-Movimento Renovador .......................................................... 6 A Prática Pedagógica da Professora Alessandra Sabadini Girão Sagredo, por Ela Mesma ..................

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................

REFERÊNCIAS.....................................................................................

Formação de Professores de Educação Física

  • APÊNDICE
  • Mas, anal o que é Educação Física? ........................................................
  • APÊNDICE
  • Pós-Movimento Renovador no Brasil ......................................................

16 F e r n a n d o J a i m e G o n z á l e z

b) explicitar e organizar os conhecimentos pelos quais a disciplina é responsável - desaos curriculares; c) elaborar estratégias para ensinar e avaliar velhos e novos conteúdos numa perspectiva coerente aos propósitos da Educação Física como disciplina esco- lar, e a complexidade do conhecimento pelo qual é responsável – desaos didáticos. Este livro é uma oportunidade ímpar de reetir, de forma densa, sobre o primeiro desao aqui apontado: os argumentos com os quais se buscou e se busca sustentar a presença da Educação Física na Educação Básica brasileira. Nas palavras do autor, o o condutor do livro é a análise do “discurso legitima- dor”, “[...] os argumentos justicativos que a Educação Física vem elaborando para fazer parte do currículo escolar ao longo dos tempos”. Para tal, Valter propõe um estudo que ele prefere caracterizar como sociológico, se bem que também se utiliza de fontes e estudos históricos. Nessa perspectiva, e tomando como uma de suas principais referências, ainda que não exclusiva, o sociólogo, lósofo e ensaísta polaco-britânico Zygmunt Bauman, propõe-se a analisar as mudanças do discurso legitimador da Educação Física, particularmente desde o início do século 20 até a atualidade. Para isso, defende uma hipótese que o orienta na análise de quatro eixos (trabalho/lazer; corpo/ movimento; saúde; esporte), sobre o que se debruça ao longo do livro:

as razões que justicaram o surgimento e a construção da Educação Física e sua escolarização na chamada “modernidade sólida” (Bauman, 2001), vêm se esgotando em função das mudanças societárias mais amplas em curso nas últimas décadas e que fazem esse mesmo interpre- tador falar em “Modernidade líquida”. Isso indicaria que a Educação Física, na sua versão escolarizada, estaria deixando de ser necessária nos moldes em que foi no projeto moderno (que a criou) (Bracht, 2019, p. 25).

Assim, no primeiro capítulo discute o processo de “construção de universos simbólicos de legitimação” e introduz aspectos gerais da teoria de Bauman, iniciando a discussão sobre a passagem da Educação Física escolar na modernidade. Nesta parte do texto o autor tem o cuidado de apresentar conceitos centrais de seu trabalho, os quais são fundamentais para acompanhar as análises ao longo dos quatro capítulos que se sucedem. No segundo capítulo inicia examinando o primeiro eixo de análise do discurso legitimador da Educação Física: o binômio trabalho e lazer. Ao longo do texto, o autor descreve como as justicativas vinculadas à ética do trabalho como referência primeira para a Educação Física escolar, na primeira parte do

Prefácio 17

século 20, vão, paulatinamente, sofrendo deslocamentos em direção à valoriza- ção do lazer, inicialmente mais próximo de uma perspectiva funcionalista para, posteriormente, assumir um valor na “esfera social com dignidade e nalidade própria”. Nesse contexto em transformação, no nal do capítulo elenca-se argu- mentos sobre como um discurso legitimador da Educação Física escolar, numa linha crítica, poderia referenciar o lazer, envolvendo tanto a reexão crítica sobre esta dimensão social quanto a defesa de outra educação da sensibilidade.

A análise da referência do esporte como elemento legitimador da Educa- ção Física na escola é o tema do terceiro capítulo. Como nos demais eixos, Valter expõe, de forma detalhada, os deslocamentos que marcaram, ao longo do tempo, o vínculo do discurso legitimador com as práticas esportivas, passando de um esforço de pedagogização do “esporte virtuoso” a uma relação em que a Educação Física na escola passa a ser justicada pela sua contribuição, como base da pirâmide, para o desenvolvimento do sistema esportivo. Finaliza o capítulo discutindo como o discurso legitimador da Educação Física escolar, de perspectiva crítica, tem assumido, particularmente nas últimas décadas, a neces- sidade de tratar nas aulas este fenômeno, dada a abrangência quase universal na cultura contemporânea e o papel da escola em transmitir os conhecimen- tos necessários para as novas gerações usufruírem desse patrimônio cultural e, simultaneamente, ter uma relação crítica com o esporte, compreendendo a diversidade e as contradições que o atravessam.

No capítulo quarto o autor discute um dos elementos mais onipresentes no discurso legitimador da Educação Física escolar: a saúde. Neste eixo, o deslo- camento, desvendado pelo autor, fortemente atrelado ao processo de transição na modernidade descrita por Bauman, expõe o processo de desresponsabili- zação do Estado para maior responsabilização individual no campo da saúde. Especicamente, o campo da Educação Física escolar descreve como sua proe- minência justicadora variou no tempo, mostrando-se particularmente impor- tante no início do século 20, perdendo força à medida que crescia o discurso da ampliação da contribuição à formação integral (biopsicossocial) da Educação Física escolar, bem como do seu processo de esportivização, retornando com força nos anos 70 e 80 atrelada à preocupação dos efeitos do sedentarismo na população, salientando que, nesse último trecho, a saúde foi reduzida a quase sinônimo de aptidão física. Finaliza o capítulo apresentando algumas possibi- lidades da incorporação da saúde como elemento de legitimação da Educação Física escolar numa perspectiva crítica, buscando trabalhar com uma concepção denominada de ampliada. Nessa perspectiva, procura-se alargar o entendimento

Prefácio 19

campo da Educação Física escolar. Na sequência, e a título de síntese, o autor elenca um conjunto de desaos e possibilidades que os quatro eixos tratados em seus respectivos capítulos apresentam para a incorporação ao discurso legi- timador da Educação Física escolar em perspectiva crítica, convidando o leitor a participar da construção daquilo que esta prática pedagógica “pode ser”.

Valter nos convida, com seu livro, a um amplo recorrido sobre o que a Educação Física escolar “vem sendo”, revisando em profundidade os discur- sos legitimadores que a constituíram, entrelaçados com os deslocamentos de fenômenos/conceitos em movimentos societários mais amplos. No mesmo movimento, menciona um conjunto de indagações que afetam não apenas nossa área, mas que a transpassam neste processo de transição de “modernidade sólida” para “modernidade líquida” em que vivemos.

Nesse esforço, procura não “legislar” sobre o que a Educação Física “deve ser”, colocando-se como um “intérprete” e protagonista da área, convidando os leitores a participar da construção “do que pode vir a ser”. Nesse sentido, nos lembra, com o auxílio de Bauman (2010, p. 85-86), que “o reino da autonomia começa onde termina o reino da certeza. Os homens podem ser autônomos ou sentir autoconança... mas, não as duas coisas ao mesmo tempo”. A ques- tão, então, é saber quão autônomos nós, os professores de Educação Física, estamos decididos a ser e em que medida estamos nos dispondo a participar intensamente na permanente (re)construção do discurso legitimador de nosso componente curricular na Educação Básica. As indagações aqui levantadas constituem-se num excelente plano de trabalho para essa empreitada.

Referências

BAUMAN, Z. Em busca da política. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

BRACHT, V. A educação física escolar no Brasil: o que ela vem sendo e o que pode ser. Ijuí: Ed. Unijuí, 2019.

Fernando Jaime González Ijuí, julho de 2019.

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